“Hinário Episcopal” – Rolando de Nassau

“HINÁRIO  EPISCOPAL”
(Especial para “Hinologia Cristã”)

Em 1861, o ex-comerciante escocês Richard Holden (1828-1886), tendo traduzido para o idioma português o “Book of Common Prayer” (Livro de Oração Comum), veio ao Brasil com a missão de estabelecer em Belém (PA) uma igreja anglicana.

Devido à perseguição movida pelo clero católico, transferiu-se para Salvador (BA), onde continuou, até 1864, a rejeição ao seu trabalho missionário. De 1864 a 1871, foi copastor na Igreja Evangélica Fluminense de Robert Kalley, no Rio de Janeiro.

Então, dedicou-se à produção de hinos. No “Cantor Cristão” foram incluídos os de nos. 12, 45, 49, 54, 63, 76, 121, 275, 477 e 482; desses, foram aproveitados no “Hinário para o Culto Cristão”, sob os nos. 42, 73, 166, 179 e 358.

Em 1872, Holden tornou-se darbista (Igreja Cristã dos Irmãos Unidos); em Portugal publicou o hinário “Hinos e Cânticos Espirituais”.

Voltando ao Brasil, em 1879, cooperou com essa Igreja no Rio de Janeiro.

Mas a implantação da Igreja Anglicana, em Porto Alegre (RS), que no Brasil ficou conhecida como Episcopal, afinal ocorreu em agosto de 1889. Em maio de 1891, o Rev. Lucien Lee Kinsolving dirigiu pela primeira vez o culto segundo o ritual prescrito pelo Livro de Oração Comum. Em 31 de maio de 1908 os Episcopais organizaram-se no Rio de Janeiro (DF), instalando-se a Paróquia do Redentor, na Rua Haddock Lobo, no bairro do Estácio. Na década de 60, a Igreja iniciou um local de cultos na Zona Sul, na Rua Real Grandeza.

Quando chegaram no século 19 ao Brasil, os Anglicanos não possuíam um hinário próprio; usavam “Salmos e Hinos”, elaborado por Robert e Sarah Kalley; no início da década de 60, o “Hinário Evangélico”. Começaram, então, a elaborar o “Hinário Episcopal”, baseado no “The Hymnal”, editado em 1940, pois a liturgia episcopal é idêntica à anglicana.

Em 1962, foi publicado o primeiro hinário da Igreja Episcopal Brasileira, no estilo tradicional da música anglicana, pelos Irmãos Edmont Machado Krischke, Henrique Todt Junior e Jaci Correia Maraschin; essa edição não trazia a partitura com o texto em português.

Nosso antigo amigo, o organista Antônio Henrique Souza Santos, na Igreja do Redentor (Rio de Janeiro, RJ), em setembro de 2018 lançou o “Hinário Episcopal” com música e letra em português.

Com a colaboração do Rev. Abimael Rodrigues e do Ir. Josué Fulco, ele começou em 2016 a editoração.

Na parte introdutória da obra, em português, foram incluídos os cânticos litúrgicos “Kyrie”, “Gloria in excelsis”, “Benedictus es Domine” e “Sanctus”.

Na parte hinódica, encontramos letras de hinos de Antônio Almeida, Antônio de Campos Gonçalves, Antônio Ferreira de Campos, Alfredo Henrique da Silva, Antônio José dos Santos Neves, Edmont Machado Krischke, Eliza Rivers Smart, Guilherme Luís dos Santos Ferreira, Henry Maxwell Wright, Isaac Nicolau Salum, Jaci Correia Maraschin, Jerônimo Gueiros, João Gomes da Rocha, Justus Henry Nelson, Joseph Jones, Joseph Mohr, James Theodore Houston, Leônidas Philadelpho Gomes da Silva, Myron August Clark, Manuel Antônio de Menezes, Martin Luther, H.Mary Wardlaw, Othoniel de Campos Motta, Richard Holden, Robert Hawkey Moreton, Robert Reid Kalley, Salomão Ferraz, Sarah Poulton Kalley e William Hepburn Hewitson.

Para cada hino, a numeração dos hinos procura fazer referência ao “The Hymnal” (1940). Foram adicionadas cifras alfanuméricas.

Alguns episcopais brasileiros apoiariam que o estilo de sua música e de sua hinodia se tornasse contemporânea, mas a sua liderança, que é conservadora, ainda não seguiu essa tendência.

Antônio Henrique facilitou o trabalho dos regentes e instrumentistas episcopais e deu novo prestígio à Igreja Anglicana no Brasil.

Brasília, DF, em 28 de janeiro de 2019.

Rolando de Nassau

© 2019 de Rolando de Nassau – Usado com permissão

Doc.HC-104

Você pode gostar...

1 Resultado

  1. Nilson Dutra da Rosa disse:

    Roberto Torres de Holanda, Colégio Batista – RJ, quando lá cheguei no dia 29 de julho de 1950, um sábado já no final do dia, naquele convívio novo para mim eu meu irmão, pois fomos criados na roça, e pela Providência Divina chegamos naquele memorável Colégio, adentramos seus portões robustos! Lá, dentre os ocupantes do Pré-Seminário, estava você, se destacava entre outros alunos! Eu e meu irmão, éramos mocorongos, fomos criados na roça! Oh, dia memorável

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.