HCC 018 – Ó Santo de Israel
História
18. Ó Santo de Israel
ESTE SINGELO hino de adoração a Deus-Pai é um hino brasileiro, de autoria do pastor Egydio Gióia. O Hinário para o culto cristão inclui também uma tradução deste servo de Deus, feita juntamente com a missionária pioneira Frances Adams Bagby (HCC 64).
Egydio Gióia, possuidor duma possante voz que lembrava a sua nacionalidade italiana, amava muito a música, e sonhava ser um cantor profissional. Nasceu em 30 de outubro de 1896, na pequena cidade de Casteluccio. Fez o curso primário na Itália, mas aos doze anos veio para o Brasil com um tio. No Rio de Janeiro, estudou canto com uma professora formada na Itália. Estudou Ciências e Letras no Colégio Batista, mas, como Bill Ichter nos conta,
“Deus não quis que o jovem italiano fosse cantor e sim, pregador do evangelho.”1
Assim, o jovem talentoso preparou-se para o ministério. Formou-se em teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB), em 1930.
O pr. José dos Reis Pereira, em seu livro História dos Batistas no Brasil, 1882-1982, escreve sobre o trabalho batista na década dos anos trinta:
Em Santa Catarina, Estado ainda pouco atingido pelos batistas, foi fundada a Primeira Igreja de Florianópolis, pelo Pastor Egídio Gióia, trabalhando como missionário da Igreja Batista do Méier, no Rio de Janeiro. Gióia permaneceu lá pouco tempo, mas a igreja ficou.2
O pr. Egydio ainda pastoreou quatro igrejas em três estados brasileiros e ensinou no Instituto Batista de Bauru, SP.
A Casa Publicadora Batista publicou o seu livro Notas e comentários à harmonia dos evangelhos.
O inesquecível Arthur Lakschevitz, criador e compilador das coletâneas Coros sacros, no prefácio do primeiro volume, agradeceu a Egydio “pela grande cooperação”3 prestada. Há hinos e paráfrases das escrituras do pr. Gióia nestas coletâneas, (agora publicadas em um só volume), inclusive a muito cantada paráfrase do Salmo 19, Os céus declaram a glória de Deus adornada com a música de Beethoven, talvez a música mais cantada dos Coros sacros.
Enquanto esteve no Rio de Janeiro, Gióia foi regente do coro da Primeira Igreja Batista. Regeu também o grande coro de 500 vozes no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, em 1954.
Autor de muitos hinos, o pr. Gióia contribuiu com vários destes para a edição revisada do Cantor cristão, 1958, da qual foram extraídos para o Hinário para o culto cristão este hino e sua tradução (HCC 64). Esta vida longa (de 1896 a 1980) de serviço ao Mestre, ainda nos inspira por meio de seus hinos.
A Subcomissão de Música do HCC procurou uma nova melodia para o hino do pr. Gióia e encontrou-a entre as obras de David Peacock, eminente músico contemporâneo inglês.
Nascido em Bradford, Inglaterra, em 1949, David Peacock formou-se nas áreas de música e educação. Professor, ministro de música, diretor da divisão de música da rede de televisão da British Broadcasting Company (1973-1974), compositor, arranjador, orquestrador e compilador de coletâneas de hinos, Peacock está agora empenhado em estabelecer um curso universitário de música sacra. Membro da comissão do hinário Hymns for today’s church (Hinos para a igreja de hoje), um dos seus arranjos feitos para este hinário se acha no hino 180 do HCC. A melodia usada para o hino Ó Santo de Israel chama-se PARKSTONE.
1. ICHTER, Bill H. Vultos da música evangélica. Rio de Janeiro: JUERP, 1967. p.23.
2. PEREIRA, José dos Reis. História dos batistas no Brasil – 1882-1982. 2ª ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1985, p.134. (O pr. Reis Pereira usa a soletração moderna para o nome do autor, enquanto a regra para este livro é utilizar a soletração da sua época).
3. LAKSCHEVITZ, Arthur. Coros sacros, v.1, 8ª ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista (JUERP), Prefácio.