HCC 240 – Cristo, nós te adoramos
História
240. Cristo, nós te adoramos
“Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos: e os quatro seres viventes diziam: Amém. E os anciãos prostraram-se e o adoraram” (Apocalipse 5.13-14).
ESTE HINO de adoração, apropriado para chamada ao culto, responso ou outro momento de adoração no culto, é um arranjo para a congregação de um antigo hino latino. Veio à tona no mundo moderno através do seu uso na famosa cantata (ou oratório, como chamado por Slonimsky)1 Les sept paroles du Christ (As sete [ultimas palavras de Cristo), do proeminente compositor francês Théodore Dubois. Seria uma excelente escolha para o fim da celebração da Ceia do Senhor.
Dubois pinta o quadro da crucificação com maestria, com músicas muito elaboradas para solos, tercetos, coro e orquestra (ou órgão), comunicando o sentimento de cada frase de Cristo. Leva tudo a um comovente clímax por colocar o coro a cantar, simplesmente, a cappella, a quatro vozes:
Cristo, nós te adoramos,
com gratidão te louvamos,
pois pela tua morte sobre a cruz
remiste o mundo.
Cristo, nós te adoramos,
com gratidão te louvamos.
Cristo, nós te adoramos.
Que outra resposta poderiam os salvos dar a ele que nos remiu a tal preço? Adiciona-se à voz desta autora a de Rolando de Nassau:
“Coros das igrejas, cantem esta obra magnífica de tanto significado.”2
Théodore Clément François Dubois (1837-1924) nasceu em Rosnay, na França. Tornou-se conhecido como compositor, organista e educador. Estudou no Conservatório de Paris, onde recebeu diversos prêmios, inclusive o invejado Prix de Rome, em 1861. Exerceu cargos nas igrejas de St. Clotilde e na Madeleine, onde sucedeu a Saint-Säens como organista, em 1877. Foi diretor do Conservatório de Paris de 1896 a 1905. “Dubois escreveu obras instrumentais, e para a cena, mas é mais lembrado pela música de igreja e pelos escritos teóricos sobre harmonia e contraponto”.3 Escreveu dois oratórios, diversas cantatas, motetos e outras músicas corais, óperas cômicas, poemas sinfônicos, música para órgão, piano e harmônio. Faleceu em Paris.
Joan Larie Sutton tem proporcionado à música sacra do Brasil excelentes traduções de muitas obras deste calíbre: Messias, de Handel, Elias e Cristus, de Mendelssohn, Glória, de Poulenc, a Primeira Cantata do Oratório de Natal, de Bach, e o Réquiem,de Brahms4
Iniciou esta grande tarefa em 1962, quando traduziu As sete últimas palavra de Cristo do francês e latim; foi cantada pelo Coro da Igreja Batista Itacuruçá, RJ, naquele ano. Foi somente em 1981 que a JUERP publicou-a, colocando-a à disposição das igrejas de todo o Brasil. (Ver mais dados desta prolífica tradutora no HCC 25)
O nome da melodia ADORE THEE (Adoramos-te) tem aparecido em diversos hinários recentes que incluem este hino, inclusive em The Baptist hymnal (O hinário Batista) de 1991.
1. SLONIMSKY, Nicolas, ed. Baker’s biographical dictionary of musicians. 6ª ed., New York: Schirmer Books, 1978. p.439.
2. NASSAU, Rolando de. Dubois, pelo coro do Brás, O Jornal Batista n.4 – ANO XCII, Rio de Janeiro: JUERP, 26 de fevereiro de 1992. p 2.
3. HORTA, Luiz Paulo, ed. Dicionário de música. Rio de Janeiro: Azhar Editores, 1985. p.107.
4. Esse Réquiem, ou missa funeral é distinto dos demais, e é chamado Ein deutchsches requiem (Um réquiem alemão).Nele Brahms não usou textos da liturgia católica, mas selecionou passagens da Bíblia alemã de Lutero. Incluíu a mensagem de esperança que o cristão tem de vida eterna. Corais evangélicos o apresentam ao redor do mundo. (Ver KENNEDY, Michael, ed. The concise Oxford dictionary of music. 3ª ed, London: Oxford University Press, 1980. p.177.