HCC 167 – O teu amor, Jesus

História

167. O teu amor, Jesus

ESTE HINO, de profundo significado sobre o amor de Cristo, demonstra este intenso amor experimentado pelo autor no seu dia-a-dia e também, o louvor e a dedicação com que respondia a este amor.

O autor, Gerhard Tersteegan (1697-1769), nasceu em 25 de novembro de 1697, em Mörs, em Reno-Vestfália, da Prússia (Alemanha). Quando seus planos de preparo para o pastorado na Igreja Reformada foram frustrados por causa da morte prematura de seu pai, Tersteegen aprendeu a arte de tecelagem. O negócio ia bem, mas ele passou cinco anos em depressão, no fim do qual sua fé na graça reconciliadora de Cristo tornou-se segura. Em 1724, Gerhard fez uma nova promessa a Deus, selando-a com seu próprio sangue. Abandonou, então, seus negócios e entrou num ministério singular de aconselhamento espiritual, de encorajamento e avivamento. O seu lar, chamado A casinha do peregrino, se abria a todos. Dizem que trabalhava dez horas por dia no seu tear, orava por duas horas e passava duas horas escrevendo e discutindo assuntos espirituais com outros. Preparava comida e remédios simples para os pobres.

Tersteegen é lembrado como um dos maiores hinistas e líderes espirituais da Alemanha. Escreveu 111 hinos, caracterizados pela clareza no ensino de verdades cristãs, união interior da alma com Deus e Cristo, a simplicidade a confiança duma criança, renúncia de si e do mundo e um esforço diário de viver como aquele que está na presença de Deus.1

Também traduziu ou parafraseou muitos clássicos do francês e latim. Sua obra hinológica é Geistliches blumengärtlein (Um pequeno jardim espiritual), editada pela primeira vez em 1729, com muitas edições subseqüentes. Faleceu no seu lar em Mühlhein, na Prússia.

Falando da sua motivação em traduzir este excelente hino, o pr. João Soares da Fonseca (ver HCC 10) escreve:

Numa conversa com um pastor do Paraná, descendente de alemães, ele me perguntou: “Por que você não traduz Ich bete an die macht der liebe (Eu louvo o poder do amor)? É muito cantado entre os alemães.” Considerando o fato de que a presença alemã no Brasil evangélico é marcante, resolvi então fazer a tradução.2

O proeminente compositor Dimitri Stepanovich Bortniansky (1751-1825) nasceu na cidade de Glukhov, na Ucrânia. Na corte da Rússia, estudou sob Baldassare Galuppi. Com o sustento da Czarina da Rússia Catarina, a Grande, estudou alguns anos na Itália, em Bolonha, Roma e Nápoles, onde compôs diversas óperas. Retornando a São Petersburgo em 1779, por ser nomeado diretor do Coro da Capela Real, Bortniansky introduziu reformas radicais nas normas do canto. Compôs obras sacras de alta qualidade: 35 concertos sacros a quatro vozes, 10 salmos a 8 vozes, 10 concertos para coro-duplo, uma missa para o rito ortodoxo grego, além de muitas outras obras. Ainda compôs óperas em francês. As suas obras sacras, todas a cappella3, foram publicadas em dez volumes em 1884, editadas por Tchaikovsky.

ST. PETERSBURG, o nome da melodia de Bortniansky, composta em cerca de 1822, apareceu com o hino de Tersteegen no Coralbuch (Livro coral) de Tscherlitsky, em 1825. Tscherlitsky foi organista na cidade de São Petersburgo, homenageada pelo nome da melodia.

1. JULIAN, John. A dictionary of hymnology. v.2, Second Revised Edition with New Supplement, New York: Dover Publications, 1907. p.1143.

2. FONSECA, João Soares da. Carta à autora em 6 de agosto, de 1991.

3. A cappella: “Escrito para a capela” – “canto coral sem acompanhamento instrumental ou com acompanhamento em uníssono ou oitavas, sem partes independentes. Às vezes é sinônimo de canto orfeônico.” (FUX, Robert. Dicionário enciclopédico da música e músicos. Korani, Hans, org., ed. Brasileira, São Paulo: Gráfica São José, 1957. p.6.

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