HCC 195 – Oh, venham coroar!
História
195. Oh, venham coroar!
“E vi o céu aberto, e eis, um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. Os seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça havia muitos diademas (….) Estava vestido de um manto salpicado de sangue; e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus“
(Apocalipse 19.11-13).
ESTE clássico hino de adoração baseia-se no texto de Apocalipse 19.11 a 13. Aquele que levou uma coroa de espinhos na cruz agora está coroado com “muitos diademas”. Cada diadema relembra um dos fortes motivos pelos quais devemos coroá-lo:
Estrofe 1 – Somos convidados a coroar nosso Redentor, o Cordeiro de Deus, Rei sem par que é digno do nosso louvor.
Estrofe 2 – Somos convidados a coroar aquele que é a encarnação do amor, que leva no seu corpo os sinais do seu sofrimento, mas que agora brilha com glória que nem os anjos podem contemplar!
Estrofe 3 – Somos convidados a coroar aquele que nos doou a vida, que derrotou a morte, e reina para sempre à destra do pai, conservando os seus remidos.
Estrofe 4 – Somos convidados a unir-nos com os anjos num coro singular, louvando sem cessar o nosso Criador e Redentor.
Este hino é uma combinação de dois textos, de dois hinistas da Igreja Anglicana. Cada um desejava escrever um hino de exaltação ao nosso Salvador e Senhor, que sofreu por nós mas hoje reina. A versão de Matthew Bridges apareceu, em 1851, no seu hinário Hymns of the heart (Hinos do coração), 2ª edição, com seis estrofes. Intitulava-se In capite ejus diademata multa (Na sua cabeça há muitos diademas) do texto Apocalipse 19.12. Vinte e três anos mais tarde, Godfrey Thring escreveu mais seis estrofes, que apareceram na sua coletânea Hymns and sacred lyrics (Hinos e líricas sacras) em 1874. Na presente versão as estrofes 1 e 3 são de Matthew Bridges, e a estrofe 2 de Godfrey Thring. Na estrofe 4 as primeiras quatro linhas são de Bridges, e as linhas 5 a 8 são de Thring.
A melodia DIADEMATA foi composta por George Elvey para o hino de Bridges. Seu nome provém da palavra grega para “coroas” ou “diademas”, do texto de Apocalipse 19.12. Apareceu pela primeira vez no apêndice da primeira edição do hinário Hymns ancient and modern (Hinos antigos e modernos), de 1868.
Este hino foi traduzido para o português, especialmente para o Hinário para o culto cristão, em 1990, pelo Dr. Werner Kaschel, membro da Subcomissão de textos do HCC. Hinista de muita habilidade, o Dr. Kaschel tem 32 produções no hinário. (Ver HCC 38)
Matthew Bridges (1800-1894), nascido em Malden, condado de Essex, na Inglaterra, foi criado na Igreja Anglicana. Começou a escrever poesia e prosa em 1825. Publicou dois hinários e diversos livros de poesia, história e política. Seus hinos apareceram nos Estados Unidos na Plymouth collection (Coletânea de Plymouth), em 1855.
No meio do séc.19, surgiu o Movimento Oxford, que levou alguns anglicanos a entrarem na Igreja Católica. Bridges, que tinha escrito o livro The Roman Empire under Constantine, the Great, (O Império Romano sob Constantino, o Grande) em 1828, expondo erros daquela igreja, foi influenciado por líderes do movimento, e também ingressou na igreja. Viajou para o Canadá, onde permaneceu por alguns anos, mas no fim da sua vida, voltou à sua terra natal e faleceu em Devon.
Godfrey Thring (1823-1903) nasceu em Alford, no condado de Somerset, na Inglaterra. Formado pela Universidade de Oxford, e ordenado pela Igreja Anglicana em 1846, serviu em diversas paróquias. Pastoreou na Catedral Wells de 1876 a 1893. Thring escreveu muitos hinos e editou e publicou diversos hinários, inclusive The church of England hymnbook (O hinário Anglicano) (1882).
O compositor, George Job Elvey (1816-1893) nasceu em Canterbury, na Inglaterra, numa família muito musical. Foi menino corista na célebre Catedral de Canterbury e estudou na Academia Real de Música, a mais conceituada do país. Organista capaz aos 16 anos foi escolhido como “Mestre dos Meninos” (regente do coro dos meninos) e organista na Capela de São Jorge, em Windsor. Ali serviu à família real cerca de 50 anos. Tocou no casamento do Príncipe de Gales que, em 1901, se tornaria o Rei Eduardo VII. Foi feito Cavalheiro pela Rainha Vitória, em 1871. Sir George Elvey compôs dois oratórios: A ressurreição e ascensão e Monte Carmel, além de peças corais, composições para o órgão e música para o culto. Algumas das suas mais lindas melodias para hinos continuam a ser usadas nos hinários ao redor do mundo. Esta talvez seja a mais bela e expressiva delas.