Edith Mulholland (1927-2017)
Edith Brock Mulholland (1927–2017)
Edith Irene Brock nasceu em 27/9/1927 em Boise – Idaho/EUA, a segunda de três filhas do casal Brock, Ursus (empresário) e Helen (musicista). Foi criada em diversas cidades de Idaho e Oregon onde o trabalho do pai os levava. Começou a aprender música ainda criança e cantava com as irmãs em cultos e outros eventos, acompanhadas ao piano pela mãe Helen. Sua belíssima voz a destacava nesses ambientes.
Edith cursou música na Whitworth College, no estado de Washington, onde ficou noiva e depois casou com o colega Dewey Mulholland, em 01/01/1948. Ambos tinham assumido o compromisso de se prepararem para a atuação como missionários.
Ela concluiu sua graduação em religião e música na Pasadena Nazarene College em 1949, na cidade de Pasadena, Califórnia, onde Dewey cursava teologia na Fuller Seminary. Nesse período, nasceram os filhos Timothy (1949) e Ann (1951), enquanto Dewey concluía seu curso e atuava como pastor auxiliar na Bethany Church.
Em 1951, Edith e Dewey foram designados pela Conservative Baptist Foreign Mission Society para servirem como missionários no Brasil. Passaram um ano visitando igrejas na Califórnia e no Oregon para levantar compromissos de apoio financeiro ao seu trabalho missionário e, em abril de 1952, seguiram para o nordeste brasileiro. Se estabeleceram em Teresina onde estudaram português com a Sra. Elza Macedo, filha do conhecido pastor Jonas Macedo, que havia fundado igrejas por todo o estado.
Em Teresina, nasceu o terceiro filho, Mark (1952). Em 1954, mudaram-se para Floriano, onde acabara de ser fundada a escola que viria a se chamar Seminário Teológico Batista do Nordeste (STBN). Juntos com outros missionários, notadamente Richard e Ruth Sturz e Lawrence Rea, iniciaram as aulas para alunos vindos principalmente dos estados do Piauí e Maranhão, num campus na saída sul de Floriano. Dewey exercia a direção da escola, lecionava e supervisionava a construção das edificações do campus. Edith lecionava música e matérias relacionadas à educação cristã. Ela também organizava e regia diversos corais. O filho caçula, Paul, nasceu em 1955.
Ao longo de 20 anos, Edith e Dewey desenvolveram sua missão no Seminário Teológico Batista do Nordeste (STBN). Seus filhos foram matriculados na Fortaleza Academy, naquela cidade, e voltavam para Floriano-PI nas férias. A cada quatro anos, a família regressava para os Estados Unidos por um ano para relatar o trabalho missionário e reforçar os laços com a igrejas e pessoas apoiadoras. Aproveitavam o tempo também para se aperfeiçoarem. Edith cursou pós-graduação em música na San José State University, na Califórnia, e aperfeiçoou a voz sendo orientada por professores renomados. Cantava solos e em corais, sendo um dos momentos memoráveis sua participação no grande coral da apresentação da obra Aleluia de Handel em San José.
Em 1974, o casal iniciou uma nova etapa da sua missão. Mudaram-se para Brasília, a convite da Convenção Batista do Planalto Central, para fundar e gerir a Faculdade Teológica Batista de Brasília (FTBB) como sucessora do STBNB, que deixou de existir. Inicialmente, a escola funcionou nas dependências da Igreja Memorial Batista e depois se instalou no próprio campus, construído na Asa Norte da cidade. Edith continuou atuando no ensino de música e educação cristã, além de participar da administração do Departamento de Música da Faculdade.
O interesse e as pesquisas de Edith em hinologia se intensificaram nesse período. Ela foi convidada para colaborar na elaboração de um novo hinário batista, que veio a ser chamado Hinário para o Culto Cristão, publicado em 1991, pela Junta de Educação Religiosa e Publicações (JUERP). Ela havia preparado extenso fichário sobre os hinos, suas histórias e as vidas do autores e compositores. Esse trabalho minucioso resultou, em 2002, na obra enciclopédica Notas Históricas do Hinário para o Culto Cristão (490 páginas) também publicado pela JUERP.
Sua vida e trabalho foram reconhecidos pela Associação dos Músicos Batistas do Brasil, em 1993, mediante a outorga do “Prêmio Arthur Lakschevitz”, na categoria “Músico estrangeiro”.
Em 1994, o casal se aposentou do trabalho missionário e se estabeleceu novamente em Pasadena, Califórnia, de onde saíram inicialmente para sua missão em 1952. Três dos quatro filhos residiam na região e puderam desfrutar da relação com eles e seus vários netos. Voltaram a frequentar a Bethany Church. Edith continuou suas pesquisas em hinologia e concluiu o manuscrito do livro Notas Históricas acima citado. Retornaram ao Brasil algumas vezes durante sua aposentadoria para visitar instituições, amigos e seu filho Timothy e família.
Em 2016, Dewey Mulholland, aos 90 anos, veio a falecer. Edith o seguiu um ano depois ao fim de uma vida longa e profícua de serviço. A FTBB a homenageou com a presença do seu filho Timothy, na formatura de 2017, cujo vídeo se encontra no link abaixo:
Biografia enviada pelos filhos (Timothy e Ann)
Revisão: Joaquim Júnior
© 2019 de Timothy Mulholland – Usado com permissão
Edith Brock Mulholland (1927-2017)
Depois de uma década de declínio de sua saúde física e vitimada por insuficiência cardíaca, faleceu, em 11 de março, em Alhambra, California (EUA), a extraordinária musicista Edith Mulholland.
Nascida em Dover, Idaho, num lar batista, onde a música sacra era uma parte fundamental de sua vida diária, Edith desde os 12 anos de idade era convidada para cantar em programas musicais eclesiásticos e comunitários. Nos hinos cantados no lar e na igreja ela aprendeu os fundamentos da fé cristã.
Várias vezes, devido aos compromissos profissionais de seu pai, sua família mudou o lugar de sua residência.
Com sete anos de idade, em 1938 foi batizada. Em1947 dedicou sua vida ao Senhor Jesus Cristo. Entregou-se ao ideal missionário em 1949.
Edith estudou, entre 1948 e 1950, educação cristã e música na uni versidade “Whitworth”.
Dewey Martin Mulholland, colega, que visava o trabalho missionário, citando as palavras do Salmista, “Exaltemos juntos o Seu nome” (Salmo 34: 3), propôs a Edith um casamento venturoso; casaram-se em 1º. de janeiro de 1948, numa igreja batista no estado do Oregon.
Em setembro de 1948, Dewey matriculou-se no seminário teológico “Fuller” e Edith na universidade de Pasadena e na escola de música da universidade estadual de San Jose, na Califórnia.
Em fevereiro de 1951, o casal foi nomeado pela sociedade de missões da convenção batista conservadora e enviado, como missionários no Brasil, para cooperar com a convenção batista do Piauí-Maranhão.
Foram, depois de estudar a língua portuguesa em Teresina (PI), para Floriano (PI), com o filho primogênito Timothy (que chegou a ser reitor da Universidade de Brasília), para trabalhar no Instituto Bíblico; Edith, na área musical.
Em 1959 o Instituto tornou-se seminário teológico.
A Convenção Batista do Distrito Federal solicitou ao Seminário, em 1974, que se transferisse para Brasília. O casal Mulholland veio acompanhado de Lawrence Rea e Mabel Sheldon.
A Faculdade Teológica Batista de Brasília começou a funcionar em fevereiro de 1976, num prédio da Sociedade Cultural Evangélica (SOCEB); quando os Mulhollands voltaram para os EUA, a FTBB tinha mais de 300 alunos.
Por ser companheira do trabalho, serva da meticulosidade e amiga da verdade, Edith foi convidada em 1987 para a documentação histórica na elaboração do “Hinário para o Culto Cristão” (HCC). Ela tinha milhares de fichas sobre hinógrafos, hinólogos e hinários, imitando John Julian, que editou em 1957 um monumental dicionário.
Em janeiro de 1991 foi lançado o HCC. Em seguida, Edith começou a preparar as notas históricas do novo hinário denominacional.
Mesmo padecendo dores, Edith enfrentava com um sorriso cada dia de pesquisa e redação.
Durante dez anos ficamos aguardando um “companheiro” para o HCC (ver: OJB, 11 junho 2001).
Antes de sair do Brasil, Edith concluiu seu prodigioso trabalho; depois da obra de Henriqueta Rosa Fernandes Braga, é o mais importante documento hinológico na história da música evangélica no Brasil.
Brasília, DF, em 13 de março de 2017.
Publicado em “O Jornal Batista”, de 09 abril 2017.
© 2017 de Rolando de Nassau – Usado com permissão
Inesquecivel professora de musica e regente do nosso coral da Faculdade Teologica Batista de Brasilia. SEmpre com um broche de flores na lapela, elegante e simples ao mesmo tempo. Somente ela conseguia isso. RIP