Clément Marot (1496-1544)
Clément Marot (1496-1544)
Marot, o Salmista Francês
Biografia
Clément Marot (1496-1544) foi valete de Francisco I, (rei, 1515-1547), que promoveu o Renascimento na França.
Preso em 1526, suspeito de ser luterano. Por volta de 1530 era poeta bem conhecido. Em1533 começou a versificar salmos. Esteve exilado por questões políticas e religiosas, entre 1534 e 1536, por ter participado da questão das cartazes contra a missa católica. Em 1535 escreveu a famosa “Épistre au Roy, du temps de son exil à Ferrare”.
Em 1536 abjurou essa heresia. Entre 1541 e 1543 traduziu salmos de Davi (“Trente Psaumes”, 1541, “Cinquantes Psaumes”, 1543) que foram o fundamento do Saltério Huguenote, impresso por Denis Janot, que eram cantados na corte e na cidade. Seu primeiro salmo traduzido foi o de no. 6 (“Éternel! Neme permis pas dans Ta colère, et ne me châtie pas dans Ta fureur”). As traduções de Marot continuaram, durante os quatro séculos seguintes, a ser cantados pelas congregações protestantes. Marot liderou muitos versejadores. A “Sorbonne” foi contrária às traduções da Bíblia em francês.
Em 1542, Marot foi para Suíça (Genebra) a fim de juntar-se a Calvino, que tinha aproveitado 13 salmos dele em seu primeiro livro (“Aulcuns Psalmes”, Strasbourg, 1539), dando início ao hábito do canto congregacional na liturgia reformada.
Calvino encorajou o canto de canções piedosas nos lares dos crentes e de harmonizações de salmos metrificados de Marot, das quais as melhores eram de Goudimel e de Bourgeois. Em 1551 Claude Goudimel (1505-1572) tinha harmonizado, a quatro vozes, oito salmos. Embora tenha composto missas, motetos e Magnificats, talvez a salmodia de Goudimel tenha começado na época da Reforma. O coral protestante surgiu de uma forma extra-litúrgica e, pouco a pouco, ocupou lugar na música religiosa reformada. Entre 1558 e 1561 Goudimel passou para o protestantismo. Foi assassinado na Noite de São Bartolomeu (24 de agosto de 1572), em Lyon (França). (Ver: artigo sobre a influência de Calvino, neste site).
Em 1543 Marot foi para a Itália onde morreu, e foi sepultado na catedral de Turim. Em 1574 seu corpo foi retirado por ordem expressa do bispo de Turim.
Em 1603, Sweelinck em seus “Cinquante Psaumes de David” utilizou a tradução francesa de Marot.
Um dos maiores poetas da Renascença francesa, Marot usou formas poéticas latinas da Idade Média. Ele tinha o talento de narrar em versos. Poeta de temperamento gaulês, na primeira metade do século 16 na França, Marot foi o precursor da “Pléiade” (grupo iniciado em 1547 por sete poetas). Essa nova geração rejeitou a poesia de Marot; sua reabilitação ocorreu somente no século 20.
Hinologia
Cantor Cristão (1971)
Bourgeois – 8
Salmos e Hinos (1975)
Bourgeois – 20, 162
Goudimel – 20, 162
Hinário Evangélico (1978)
Bourgeois – 52, 75, 83, 85, 93, 127, 214, 246, 260, 267, 384, 411, 439
Marot – 93
Novo Cântico (1991)
Bourgeois – 6, 98, 118, 122
Goudimel – 6
Cantai Todos os Povos (2006)
Bourgeois – 30, 144, 162, 201, 287, 488
Goudimel – 30, 162, 287, 488
Marot – 162, 287
Hinário Adventista (2010)
Bourgeois – 581
Bibliografia consultada:
1) Robertson, Alec, Sacred Music. London: Parrisch: 1950.
2) Colling, Alfred, Histoire de la Musique Chrétienne. Paris: Fayard,1956.
3) Huot-Pleuroux, Paul. Histoire de la Musique Religieuse. Paris: Presses Universitaires de France, 1957.
4) Mayer, C.A., Clément Marot. Paris: 1972.
5) Blume, Friedrich, Protestant Church Music. London: 1975.
6) Weber,Edith, La Musique Protestante.Paris:Champion,1979
7) Defaux, G., Clément Marot – Oeuvres Poétiques – 2 vols. Paris: Garnier, 1990/1993.
Brasília, DF, em 05 de outubro de 2017.
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